quinta-feira, 18 de março de 2010

Gata Borralheira

Era uma vez uma jovem moça chamada Maria que morava no sertão de Pernambuco, seu pai havia morrido de desgosto por causa da seca há dois anos ela morava com sua madrasta e suas duas irmãs.
A vida de Maria não era fácil, além de viver na agonia constante da seca ainda tinha que aguentar sua madrasta que queria que ela fizesse de tudo na casa, ela tinha que andar dois quilômetros a pé para buscar água, tinha que matar as galinhas para o almoço, não que ainda tivesse alguma galinha no quintal, desde que havia começado a seca elas se alimentavam apenas de arroz e feijão e adivinha quem preparava a comida? Isso mesmo a pobre coitada da Maria.
Um dia quando Maria cumpria sua rotina de ir buscar água avistou um rapaz muito bonito e distinto montado em um jegue, ele tinha a pele queimada do sol e os olhos da cor do céu. Maria ficou encantada, olhava-o maravilhada, ele também a olhava e vinha em sua direção, então ele disse:
- Sua casa fica longe? Posso lhe oferecer minha garupa?
-Sim, é claro! Disse ela rapidamente, mas logo se arrependendo ela nem o conhecia, mas esse arrependimento não a impediu de subir logo no jegue.
O rapaz a levou até em casa e disse que queria a ver de novo; uma de suas irmãs estava no terreiro vendo-a de longe e com uma cara de inveja, aproximou-se e foi logo se apresentado ao rapaz e perguntou o que ele fazia. Ele respondeu que seu pai tinha uma pequena fazendo de boi e que estava se mudando para o sul aonde a seca não castigava, os olhos da irmã de Maria brilharam ao ouvir isso, mas o rapaz nem dava bola, ele conversava com ela, mas não tirava os olhos de Maria. Após o termino do assunto, o rapaz se despediu das duas, mas deixou alguma coisa no bolso do vestido de Maria. Essa coisa era um bilhete a convidando para seguir com ele para uma vida melhor no sul, dizia para as cinco da manhã ela estar pronta na porta de casa. Maria achava aquilo tudo muito estranho, ela mal havia conhecido aquele rapaz e com toda certeza queria seguir com ele para onde ele for.
No dia seguinte, lá estava Maria com uma pequena trouxa de roupa saindo escondida de casa, o jovem rapaz já estava a sua espera, ele sorriu para ela, ela retribuiu e montou no jegue, então os dois seguiram seu rumo felizes para sempre.

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