quinta-feira, 8 de abril de 2010

Chapeuzinho de palha.



Francisberta era uma linda menina, nascida no interior do Ceará, mulata, com olhos negros e um belo sorriso com dentes bem brancos. Ela morava num sítio com sua mãe e lá plantava arroz, feijão e milho, que usava para alimentação e venda. Também tinha um belo galinheiro e o chiqueiro mais cobiçado da vila. Por morar na caatinga, onde o sol é muito forte, ela comprou um chapéu de palha, que raramente tirava da cabeça, razão pela qual ficou conhecida por “chapeuzinho de palha”.

Sua avó morava em outra vila, próxima a que Francisberta e sua mãe moravam, mas para chegar à sua casa, era preciso atravessar a caatinga, correndo o risco de ser atacada por alguma raposa. “Chapeuzinho de palha” era muito próxima a avó e gostava muito de visitá-la, levando algum doce ou cozido feito pela menina, que sabia cozinhar muito bem.

Ela geralmente ia visitá-la aos domingos, para aproveitar e levá-la à igreja, pois era uma mulher muito religiosa, mas não era seguro para ela atravessar a caatinga sozinha.

Naquele domingo, ela fez um delicioso baião-de-dois com carne de porco e de sobremesa um bolo de milho que sua avó gostava muito. Também resolveu colher algumas flores que sua mãe cultivava na janela de casa. Quando a comida esfriou, ela colocou tudo num pote e amarrou com um pano no alto do chapéu. Pegou as flores que colhera para ofertar à santa e saiu cantando alegremente.

-Pela estrada afora eu vou bem “suzinha”, para visitar minha vovozinha. A estrada é longa e o caminho é “diserto” e tem muita raposa aqui por perto.

Repentinamente, ela escutou o barulho de galhos se quebrando e sobressaltada viu uma raposa aproximando-se. Já havia visto muitas raposas antes, mas nunca nenhuma a assustara tanto quanto aquela. Ela estava babando muito, o que deixava a menina certa de que a raposa sofria de hidrofobia. Rosnando, a raposa aproximava-se mais e mais e a menina tinha certeza que ali encontraria seu fim. Desesperada começou a orar e novamente ouviu o barulho de galhos se partindo.

-Oh não! - pensou a garota- Agora sim eu estou perdida. Se vier outra raposa, eu não terei como escapar.

Mas para seu alívio, não era outra raposa e sim o filho do vaqueiro, que ouvira os rosnados da raposa e fora ver o que estava acontecendo. Admirado com a beleza da jovem, ele ficou sem reação e somente quando a raposa finalmente tentou atacá-la, ele reagiu, dando-lhe um tiro com a espingarda que levava a tiracolo. Temendo pela segurança da jovem dama, ele ofereceu-lhe carona em seu cavalo, a qual a moça de pronto aceitou. Quando chegaram à casa da avó, eles já estavam bastante amigos e depois de alguns anos casaram-se e tiveram três lindos filhos lindos, a quem deram o nome de Rosa, Bela e Estrela. Viveram felizes para sempre, todos vacinados contra a hidrofobia.

1 comentários:

Unknown disse...

É um testo muito amável e simples com crença no amor à primeira vista e que com um lição que é às vezes a mal que vem para vim um bem por Alex

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